Madalena entra em casa e dirige-se à cozinha, onde já estão todos sentados e preparados para comer.
José
Então? Tanto tempo e nem umas pizzas trazes para te desculpares?
Madalena não responde. Apenas sorri, senta-se e começa a servir-se.
Maria
Então? O que se passou?
Nada de especial. Depois falamos. Agora vamos mas é comer. Contem-me mas é o que fizeram, enquanto estive fora. Já montaram toda a iluminação?
Sem ninguém a dar-nos choques, foi rápido.
E pelo que vejo não ficaste com mais dedos feridos, pelo que deve ter sido o Tomás a fazer o trabalho todo, certo? – diz, sorrindo, a José.
Onde é que foste tia?
Fui dar uma volta para conhecer melhor a terra e ver se existiam rapazes jeitosos. – diz a sorrir. – Estes legumes estão deliciosos. – diz, tentando acabar com a conversa sobre a sua saída – Maria, tu cada vez cozinhas melhor!
Por acaso esses legumes, foi o Tomás que fez.
A sério?! Afinal até és um rapaz jeitoso. – diz, arrependo-se logo de seguida devido ao segundo sentido que a frase poderia ter.
Obrigado. Tu também não és má de todo. Embora continues a usar o mesmo fato de treino de ontem.
Madalena fica vermelha e envia um pedaço de pão a Tomás. Todos se riem com a atrapalhação de Madalena. O almoço prossegue animado, com conversas triviais sobre a distribuição das tarefas para a tarde e uma explicação de Tomás, sobre os efeitos positivos que certos legumes têm, no equilíbrio do Karma.
Dentro de Madalena uma estranha paz a invade. Sente uma força interior que já não sentia há muito tempo. Afinal, a opção de viver uns tempos com o irmão, talvez tenha sido a melhor opção que tomou na vida.