Terça-feira, 1 de Abril de 2008

12

Maria

O que é que se passou aqui? - pergunta ofegante.

Joana

Ui ui... Ainda bem que não fui eu. - diz, enquanto olha para o chão.

Tomás

O teu marido beijou-me. – diz, enquanto esfrega a zona da cara onde José o beijou.

José

Mas o que estás a fazer aqui, na minha casa? – diz, irritado.

Tomás

Não mudes de assunto. Não quero mal entendidos com a tua mulher. Por que é que me deste um beijo?

José

O que raio estás a fazer na minha casa? – diz, ainda mais irritado.

Madalena

Por favor – diz, entre gargalhadas – Contem-me depressa o que se passou, pois tenho a certeza que vou adorar.

José

Foi tudo um engano. Um estúpido engano. - diz, irritado.

Tomás

Olha que foi um beijo demasiado carinhoso para ser um simples engano.

José

Deixa de ser parvo. O que raio estás aqui a fazer? Como é que entraste? - pergunta, irritado, a Tomás.

Madalena

Maninho, não tentes mudar de assunto e conta-me a história, por favor. - diz, divertida.

José

Não há história nenhuma. – diz, irritado – Apenas um engano em relação a quem eu julgava estar a dar um beijo.


Maria abana a cabeça e vai buscar um balde e uma esfregona. Joana segue-a.


Joana

Vais pôr o pai de castigo?

Maria

Não é preciso. - diz a rir – A tia Madalena já está a fazer isso por mim.


Quando regressam, Madalena praticamente rebola no chão a rir, enquanto Tomás e José contam a sua versão do que se terá passado.


José

Mas o que é que estavas aqui a fazer? - diz, continuando irritado, principalmente com as gargalhadas de Madalena.

Tomás

Acordei cedo e aproveitei para começar a trabalhar.

José

A trabalhar??? - diz, enquanto aponta para o chão, cheio de restos do “banquete” que Tomás estava a fazer na poltrona preferida de José.

Tomás

Não ia começar de estômago vazio! E não queria acordar ninguém. Ia fazer-vos o pequeno almoço. Queria fazer uma surpresa.

Madalena

Que querido. - deixa escapar, no meio do seu riso.

José

Mas como é que tu entraste? – diz, ainda irritado.

Tomás

A tua mulher deu-me uma cópia das chaves de casa para que eu me sentisse aqui sempre bem vindo.


José olha para Maria com olhares acusadores


Maria

Dei-lhe as chaves para o caso de alguma eventualidade, termos num sítio seguro uma cópia das mesmas.

José

E por que razão não as deste à minha irmã? - pergunta, ao mesmo tempo que se volta irado para a irmã, por esta ainda não ter parado de rir. - Sitio mais seguro não há. Nela já ninguém toca.


Madalena pára de rir, olha para José desiludida e sai, magoada. Maria olha para José, irritada.


Joana

Vou lavar os dentes. - diz, saindo da sala.

Maria

É a tua irmã e foste tu que a convidaste e vir morar connosco. Toma a esfregona. Quero isto tudo muito bem limpo, pois eu vou ter que limpar algo bem mais sujo que tu fizeste. - diz, saindo atrás de Madalena.


Tomás vendo o ambiente tenso, tenta sair discretamente.


José

Nem penses! Quero esta merda bem limpa, e tu vais-me ajudar. - diz, enquanto passa a esfregona a Tomás e agarra no balde cheio de água. Por dentro continua irritado, mas agora, apenas e só consigo.

Tomás

Está bem. Eu ajudo. Desde que no fim não me dês nenhum beijo como sinal de agradecimento.


José não resiste e despeja toda a água do balde para cima de Tomás. Embora continue irritado consigo, sente algum alivio e sorri.

publicado por Luis às 18:17
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5 comentários:
De Violeta a 2 de Abril de 2008 às 04:45
Má onda José! Tadita da Madalena. E pensar que tudo era inicialmente p a agradar a ela. Estas novelas da vida real são lixadas. Epah, acontece, mas... má onda...
De PR a 2 de Abril de 2008 às 17:57
Temos aí um escritor ;)

http://pequenos--apontamentos.blogspot.com

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